segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Só para ter do que reclamar.

O episódio do chiclete no cabelo

Já comentei aqui sobre a operação pente fino, um abuso que crianças providas de cabelo e piolhos sofriam na época da minha infância. Apesar de ter 25% de descendência japonesa, só a lei de Murphy pode explicar porque não tive cabelos lisos, muito pelo contrário, quando comecei a ter cabelo, por volta dos 2 anos de idade, os mesmos cresciam insistentemente para cima. Cresceram tanto que uma hora haviam de se conformar com outra lei – a gravidade. Finalmente eu tinha cabelos, nunca gostei da aparência armada que eles tinham, mas era melhor do que ser careca. Como se já não bastassem meus complexos capilares, certa vez, ao acompanhar minha mãe em um dos frequentes passeios que ela fazia com um tio meu, fui alvo de uma das brincadeiras mais absurdas que já vi: o mentecapto do meu tio tirou um chicletão da boca, espichou muito bem aquela coisa grudenta e passou por toda a minha encaracolada cabeleira – naquele dia desejei ter a minha careca de volta. Minha mãe e ele riram freneticamente da situação, pois eu fiquei muito brava, muito mesmo. Mas uma criança contra dois adultos é uma batalha desleal, convenhamos... Fiquei com tanto ódio que me lembro bem disso até hoje, mais de vinte anos depois. Imagino que esse episódio possa explicar os motivos que me fizeram ter uma postura um tanto quanto distante da “família”. Melhor do que aderir ao movimento skinhead...