Thaís.

Quase um ano morando no Batacity. Entre desventuras e outras coisas, pude conhecer pessoas que se tornaram amigos e amigas muito queridos. Dentre elas está a Thaís, uma pessoa linda em todos os sentidos e que me concedeu um dia de fotinhas.

Tata, sei que foi cansativo, mas valeu a pena! :)

Remanescente.

Minha infância não foi marcada somente pelo triciclo comunista e o pé grande, os acontecimentos esdrúxulos desta fase ainda remanescem de alguma forma no que eu sou hoje. Parece bastante óbvio que uma pessoa na terceira idade, totalmente insegura e sem rumo, tenha sido uma criança de comportamento idêntico e isso se confirma como fato indubitável. Mas, por que não amadureci? Por que não arquivei esses episódios toscos em algum lugar sem acesso? Já tentei entender os motivos que me tornaram, desde a tenra idade, numa criatura completamente desprovida de autoestima, mas, para variar um pouco, não obtive sucesso e desisti de tentar. 

Tédio com um T ...

Mesmo com essa cara de tédio, ela consegue salvar meus dias ruins...

Narrativa Fantástica.

Talvez porque na minha alma viesse crescendo uma melancolia terrível por causa de uma circunstância que já estava infinitamente acima de todo o meu ser: mais precisamente – ocorrera-me a convicção de que no mundo, em qualquer canto, tudo tanto faz. Fazia muito tempo que eu vinha pressentindo isso, mas a plena convicção surgiu no último ano, assim, de repente. Senti de repente que para mim dava no mesmo que existisse um mundo ou que nada houvesse em lugar nenhum. Passei a perceber e a sentir com todo o meu ser que diante de mim não havia nada. No começo me parecia sempre que, em compensação, tinha havido muita coisa antes, mas depois intuí que antes também não tinha havido nada, apenas parecia haver, não sei por quê. Pouco a pouco me convenci de que também não vai haver nada jamais. Então de repente parei de me zangar com as pessoas e passei a quase nem notá-las. De fato, isso se manifestava até nas mínimas ninharias: estou, por exemplo, andando na rua e vou dando encontrões nas pessoas. E não era por andar mergulhado em pensamentos: sobre aquilo que eu tinha que pensar, já então cessara completamente de pensar: tudo me era indiferente. E se ao menos eu tivesse resolvido as questões; ah, não resolvi nenhuma, e quantas havia? Mas para mim tudo ficou indiferente, e as questões todas se afastaram.

Do segundo conto de "Duas narrativas Fantásticas", intitulado "O sonho de um homem ridículo" de Fiódor Dostoiévski - 1877. 

Por ter tido a felicidade de conhecer a Thaís neste fim de mundo que agora chamo de casa, pude ter o imenso prazer de ler esse conto fantástico. Que coisa...

Depois da noite...

Sem título.

E sem vontade de escrever...

Perdas.

O país, de uma forma generalizada, parou para comentar a perda de uma apresentadora de TV. Oquei, relativa importância sei lá para quem, conduta elegante, pioneirismo, bitocas....nada disso me parece suficientemente importante, mas a minha opinião também não é lá tão relevante! Na verdade, não é nem um tiquinho relevante. Todavia, a perda de um intelectual como Eric Hobsbawm é, inegavelmente, algo triste. Mas há o consolo de saber que o trabalho intelectual de tal porte é imortal... O que não pode-se dizer com tanta certeza sobre os programas de tv.

PS: apesar da imensa tristeza, não cheguei a derramar lágrimas de desgosto quando soube da morte do Hobsbawm, mas me lembrei como se fosse hoje de um pesadelo que tive há muitos anos e que deve se tornar uma profecia: sonhei com a morte de Fidel Castro e a reação à notícia foi de uma tristeza imensurável e um choro incontrolável, mas todos que estavam ao meu redor riam do meu pesar...

Useless.

Uma roda d'água no centro de uma praça pública tem a mesma utilidade que este post. Porém, vale lembrar que estamos em ano de eleições municipais e para impressionar o gado, digo, o povo, qualquer coisa pode parecer útil.

Impondo limites.

Sei que poucas pessoas acessam meu blog, então não há preocupação em parecer desrespeito. O homem é capaz de criar fronteiras, barreiras, limites para tudo, mas não imaginava que até a fé seria alvo disso. 

No final das contas eu estava no lugar certo e nem sabia....(se ninguém achar graça, está comprovado que eu sou meio descompensada mesmo, porque achei super engraçado).

Devaneios sem fim.

Ultimamente tenho visto minha vida assim, como um grande terreno de construção onde nada se concretiza além de tubos para fossas (é, em cidade pequena não existe rede de esgoto, ainda estamos na era das fossas). Há outra interpretação um pouco menos dramática: minha vida não sai do lugar porque é um imenso círculo e “os dias parecem séculos quando a gente anda em círculos” (H.Gessinger). Há quem diga que a história da humanidade não é linear, mas levando-se em conta que o tempo é invenção do homem e que são as coisas da terra que se movem, acho complicado ter esperança de chegar a algum lugar andando desta forma circular....

Quermesse.

Em cidades pequenas existem poucas opções de diversão e aqui não é diferente. Um dos grandes acontecimentos do quase feudo é a quermesse promovida pela igreja católica durante o mês de junho. Todos os sábados do mês há quermesse e todos os locais e quase locais participam, afinal todos querem contribuir com a obra divina. É impressionante a quantidade de gente sentada comendo e jogando bingo e olha que fazem bingo até de frango assado....hahahahaha. Os preços são altíssimos e justifica-se pela caridade e tudo é doado, inclusive a mão de obra. Apesar de achar pitoresco o bingo do tal frango assado, o que mais me chamou a atenção foi a venda de bebida alcóolica, cada lata de cerveja era vendida a 3 pilas....um horror para o consumidor, mas uma benção para a instituição. Acho que beber é cristão e ganhar dinheiro com isso não é problema e tampouco apologia...Será que estou equivocada? Ou o evento é um equívoco? O frango assado e a cerveja formam a base alimentar da família católica apostólica romana de Bataguassu? As respostas não me importam, os fatos são irrefutáveis e só escrevo sobre o que penso e vejo. Sinto muito por não ter tirado fotos à noite, com as mesas cheias de frango, gente, latinhas e cartelas de bingo.

Cemitério Municipal de Bataguassu

Já havia fotografado algumas coisas neste cemitério algum tempo atrás, mas não cheguei a postar nada porque não gostei de nada. Mas uma coisa me chamou muito a atenção neste lugar: a desigualdade pós morte. Mesmo sendo um cemitério municipal, não existe padrão para os túmulos e quem pode mais faz verdadeiras "obras" em homenagem aos que já foram, ao tempo em que muitos, muitos mesmo, sequer conseguem colocar um nome na pequena cruz. Não existe padrão e muito menos manutenção. É um retrato óbvio do descaso das "autoridades" municipais e uma desforra para quem tem grana para pagar status mesmo após a morte. Coincidência ou não, conheci uma senhora lá que estava fazendo propaganda da "firma" dela, que faz túmulos de mármore...um jeito carinhoso de demonstrar ao falecido o quanto a família o amava. Ela até me deu um cartãozinho, dizendo: se você souber de alguém que precise de nossos serviços...hahahaha. Só Pierre Bourdieu para explicar.

O "B" do Buffet.

Há algumas semanas trabalhei em um evento bem famoso aqui da cidade. Tirei algumas fotos da decoração a pedido da minha prima, que foi a responsável pelo Buffet e decoração da festa. Algumas fotos simplesmente não servem para divulgar o trabalho belíssimo que foi feito no local, porém são do meu agrado, então resolvi postar aqui. Espero que quem veja, também goste.