Sempre fui considerada ou taxada de pessoa meio anormal, meio
descompensada principalmente pelos amores que tive na vida. Meu último
relacionamento não foi uma exceção, pelo contrário, foi a regra. Durante quase
5 anos passei por cada tipo de situação que muitos considerariam absurdas e eu
consigo ver absurdo também, porém demorei para desistir de tentar. Queria me
convencer que tudo sempre era uma fase e que logo as coisas estariam, digamos,
normais. Mas nunca estiveram. E ao que parece sempre foi tudo muito absurdo por
culpa da minha insanidade. Eu já ouvi tanto que eu não bato bem que já me
convenci que realmente sou assim. Pronto, eu sou desequilibrada, extremamente
ciumenta, possessiva e bla, bla, bla. Já fiz terapia, mas não resolveu, já
tomei remédios, mas não resolveu, já enchi a cara e também não resolveu. Eu
tenho consciência de que sou uma pessoa extremamente autodestrutiva e que este
tipo de comportamento acaba envolvendo todos os que estão à minha volta. No
entanto, por ser uma pessoa absolutamente fora do compasso, acabo perguntando
aos meus botões se aquele tal “incondicional” realmente existe ou trata-se
apenas de uma utopia sobre o amor. Gostaria de saber o que o casal
aparentemente apaixonado da fotinha abaixo teria a dizer sobre isso. Sei que
existe gosto e teoria para tudo, mas ainda não acertei a mão em nenhum de
ambos.
segunda-feira, 14 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
Outras perspectivas.
O tempo que tenho passado aqui nesta cidade quase pitoresca
tem me proporcionado o desagradável costume de pensar sobre a vida. Reclamações
não faltam, mas tenho consciência de que toda a situação na qual me encontro é
fruto de tudo que deixei de fazer para que este presente fosse melhor e isso se
refere principalmente ao quesito realização profissional e independência financeira.
Há coisas em minha vida das quais não posso e tampouco devo me queixar. Saí de
casa aos 15 anos e tive a liberdade de fazer e experimentar a vida almejada por
adolescentes que não fazem planos – era o meu caso. Sem planos, pude ser
completamente inconsequente em muitos aspectos e naquele momento passado isso
era bom. Tive a raríssima oportunidade de conhecer o amor da minha vida, pude
ter um dia perfeito quando vi o Pearl Jam se apresentar em Curitiba em 2005,
viajei para o exterior e conheci NY. Tenho uma quantidade ínfima de amigos, mas
sei que posso contar com cada um deles, pois são meus irmãos de alma. Enfim,
minha vida não foi só melancolia e tristeza, isso faz parte do meu presente.
Todavia, talvez sentada em um banco de praça qualquer eu possa me lembrar
destes dias atuais e considera-los não tão ruins como os vejo agora. É uma perspectiva
bastante otimista, não?
quinta-feira, 3 de maio de 2012
A tal luz no fim de algum lugar.
Eu tenho três paixões
conscientes nesta vida e elas têm nome: Maya, Kira e Filó (nome feio por culpa da
minha genitora). São minhas princesas, minha razão exagerada de viver. Se não
fosse por elas não estaria aqui perdendo tempo em brincar de escrever coisas
que ninguém lê e fingir que sei escrever alguma coisa corretamente. Tampouco
estaria vivendo aqui nesta cidade, tampouco perderia horas rindo e ao mesmo
tempo reclamando das peripécias dessas criaturas lindas e perfeitas. O fato é
que passei parte da minha vida fazendo nada, me dedicando a nada e aprendendo
nada. Fiz faculdade, fiz pós-graduação e até fiz curso de inglês, mas nada,
absolutamente nada faz qualquer sentido para mim. Honestamente, foi apenas
perda de tempo e o tempo não volta. Hoje me vejo velha, carrancuda, enrugada,
dependendo da minha mãe até para o dinheiro do cigarro. Difícil ver algo
positivo nesta experiência de cunho compulsório. Não tenho perspectivas nem
para minhas fotos, imaginem para uma vida. Ideias estapafúrdias eu até que
tenho, mas todos sabem que elas resultam em nada. Acho que nada é a palavra da
vez. Eu até acredito que pensamentos positivos podem nos direcionar melhor, nos
conceder uma imaginária melhor qualidade de vida, mas eu sou desprovida deles
em boa parte do meu tempo e eu tenho muito tempo ocioso. Realmente gostaria de
ver uma luz no fim desse túnel que parece longo demais, mas considero esse clichê
como apenas mais uma frase passível de interpretações variadas e a minha não é
positiva.
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